quinta-feira, 31 de março de 2011

Lá no Jobim

Era em Rosário do Sul, no distrito da Cruz de Pedra, lá onde o Google não chega, que ficava (e ainda fica) a casa velha do Jobim. Era uma espécie de pulperia que juntava os andantes e moradores dos redores para confraternizarem num trago de canha, numa conserva de ovo cozido, num churrasco de espinhaço e também para gastar a sola da bota no assoalho de chão batido. Coisa mais gaúcha não poderia haver. Quem vê hoje a casa velha, quieta, fechada, entra dia e sai dia, entra ano e sai ano, não tem um naco de idéia do que fora e significara para os de então uma ida ao Jobim. Quem passar na estrada que leva à vista alegre e vê a casa fechada, não enxerga o balcão todo riscado, nem as prateleiras forradas com canha em qualquer quantia, não enxerga a fileira de cavalos estacionados frente ao bolicho. Não ouve a algazarra que de dentro vinha. Nem os cuscos roendo algum osso deitados no pasto. Não ouve a gaita de oito baixos desafinada que fazia acompanhamento ao violão de corda de aço que tocava e fazia algum índio mais apaixonado fechar outro baio e molhar o bico una vecita más para remediar a saudade de algum amor mal resolvido.
Às tardes, o mosquedo era embaixo de um figueira muito copada que reunia em cepos os que pra casa só voltariam na Segunda-feira.
Essa foi a contextualização, mas o que de mais interessante acontecia no Jobim falerei em outro causo.

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